terça-feira, 20 de outubro de 2009

Saindo do Lírico...?Axo q ñ...




Uma leitura do Omnibus:
Frustrante e arrebatador em 2 atos

Corpus de estudo: O Buzú
Metodologia: Observação com vestigíos de revolta sufacados
Teoria: O buzú é um contexto social a parte e fonte de inspiração para compulsivos em leitura de pessoas como eu!

Estava eu, saindo do campus (ñ sei pq me preocupo em colocar essas expressões em latim de itálico) depois de um dia interessantíssimo do SEPESQ¹ e tenho que encarar o meu buzú cheio. Visto minhas armaduras e encaro a minha viagem individual na leitura da imagem um tanto poética dos "usuários de coletivo". Até aí, o bucólico cenário formado para a minha análise.
Entro no ônibus e busco no meu intuitivo íntimo o local certo que terá a pessoa certa para que eu fique em pé, mas consiga que a minha mochila seja segurada e que daqui a alguns pontos esta mesma pessoa levante-se e conceda-me o lugar.
Consegui acertar a pessoa e fiquei feliz ao perceber cada movimento que indicava a sua preparação para a partida. Mas como nem tudo no ônibus é tão fácil, tive um concorrente que estava em arrebatadora vantagem (mulher, +/- 48 e de aparência cansada) e obviamente o "dono" do lugar ignorou-me, segurou a bolsa da moça e na sua partida marcou, ou melhor, deu por "direito" a cansada mulher que estava ao meu lado o lugar que poderia ser meu em poucos instantes. Calei-me e me convenci que aquilo foi o melhor a ser feito.
Frustrante e arrebatador.

Perseverava e torcia para que aquela senhora(?) saísse o mais rápido possível do lugar que eu tanto esperara para sentar. Rapidamente percebi também sua preparação de desocupação(a cadeira do Ônibus: lugar que por alguns instantes da vida se torna a coisa mais desejada e por isso o grande empenho em conseguí-lo) daquele que fora o meu lugar e vejo ao meu lado outro concorrente, ou melhor, outra concorrente em vantagem pelos mesmos motivos que a da primeira, mas com um ponto arrasador em favor: tinha acabado de passar por uma sessão de fisioterapia anteriormente. Já conseguia visualizar tudo o que iria acontecer após!
O pedido, a bolsa foi entregue, meu olhar de conformidade, a solidariedade x a bendita e maravilhosa sensação de conseguir um lugar para sentar no buzú cheio e vejo o lugar que poderia ter sido meu ocupado outra vez.
Frustrante e Arrebatador, mas solidário!

Por fim, a moça levantou no imbuí para a minha celebração interna e sentei-me!
Sentei-me como quem se livrasse de um peso: Frustrante e Arrebatador, mas solidário!


¹ SEPESQ-Seminário Estudantil de Pesquisa em Letras

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sonho o real



Tirado do caminho
Ilusão de feliz
Acordo
Contemplo o sol
Desencantador real
Deixe-me adormecer
Submergir em devaneio
Contamplar o negro
Seguro e sereno negro
Das minhas pálpebras


Marcus Paulo Costa

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CINZA e morto


De cabeça para baixo
Vejo o mundo
A inocência do verde
Essa sucumbiu-se
O campo que agora é cinza
Cinza é o que vejo
Vejo com visão corrompida
Visão embaçada pertubada
Vejo o horizonte
Que não existe
Mortos-vivos caminham
Caminham cegos
Mortos que enxergam
Mas não veem
Mais mortos
Do que vivos


Marcus Paulo Costa